Receio

Moradores do Rincão da Cruz pedem recuperação de ponte

Responsável por escoar a safra local e pela travessia de ônibus escolar, parte da estrutura em madeira está quebrada

Foto: Jô Folha - DP - Base da estrutura em madeira está em condições precárias e uma das vigas em madeira já quebrou

O receio do motorista Derismar Souza Rodrigues, 35, em passar com o ônibus escolar com 45 alunos sobre a ponte do arroio Quilombo, na colônia Rincão da Cruz, é diário. A base da estrutura em madeira está em condições precárias e uma das vigas em madeira já quebrou. Outras estão apodrecendo. O trilho que serve para orientar os motoristas é irregular e, em boa parte dos mais de 15 metros, percebe-se que madeiras foram improvisadas para nivelar a pista.
A chuva de setembro danificou 15 pontes na zona rural da cidade. Desse total, quatro ainda estão na lista de serviço da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), entre elas, a do arroio Quilombo.

 
“Tenho medo que quebre ao meio e com os alunos dentro do ônibus”, diz o motorista que passa três vezes por dia no local. Para chamar a atenção da Prefeitura, um grupo de pessoas e de alunos protestou na manhã de ontem no local. O pedido é que não façam mais reparos e, sim, coloquem uma base que ofereça segurança para quem trafega pela colônia. O que deve ser feito, segundo a Prefeitura.

 
No mês de setembro, por exemplo, quando choveu mais de 500 milímetros, a água passou sobre a ponte e as aulas tiveram de ser canceladas. “Já tivemos que liberar os alunos antes do horário e, em outras, cancelar as aulas, pela insegurança com a ponte”, revela a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental João José de Abreu, Camila Krolow Retzlaff Hobuss. No educandário estudam moradores dos 7º e 8º Distritos que dependem da ponte para ter acesso ao colégio.

 
Não só os estudantes, mas os agricultores da região também estão preocupados com a situação, pois quando começar a escoar a safra do pêssego, o movimento, que já é grande nessa época, vai aumentar. “Temo pelos motoristas de linha da colônia, pelos estudantes, pelo professores e ainda se vão conseguir ir até a minha propriedade para carregar meus produtos”, comenta Glênio Maschke, 48. Para ele e outros moradores do Rincão da Cruz, existe bastante comércio e serviços para quem vai em direção à Colônia Quilombo. “Se eu precisar da oficina que tem pra lá (aponta para a direção norte), e não tiver condições de passar pela ponte? Como fica?”

 
Já a agricultora e empreendedora na área de turismo, Cátia Simon Kurtz, 47, diz que quem olha por cima da ponte, até parece boa. “Mas é embaixo que está o perigo”, garante. Com a proximidade do período de safra, como ela considera por ter empreendimento na cachoeira do Arco-Íris, teme que a condição da ponte afugente os turistas. Os prejuízos podem não parar por aí. Ano passado, o caminhoneiro Rudnei Morais da Silva, 59, teve de abandonar uma safra, pois a ponte não oferecia segurança. Ele costuma fazer o transporte de diferentes cargas. Só na safra de fumo são em torno de 1,2 milhões de quilos. “Quando chove, temos que usar estradas alternativas e ruins. Pois esta, por ser a principal, está em boas condições”, observa. Caso nada seja feito, a região teme pelos prejuízos com o escoamento de soja e do pêssego.

 
Execução
O diretor executivo da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Romualdo Cunha, e o engenheiro Antonio Vianna esclarecem que a ponte do 8º Distrito de Pelotas, que fica próxima à Escola José de Abreu, é uma das quatro pontes que constam no cronograma do Departamento de Pontes para receber serviços. “Aquela travessia precisa ser toda refeita, com substituição total do material por um novo, resultando numa ponte nova. O serviço será efetuado tão logo seja possível e já está incluído no cronograma da SDR”, responderam.

 
Depois do mês atípico de setembro, a SDR registrou 15 pontes na zona rural atingidas pelas ocorrências climáticas. Onze já foram recuperadas e estão com o trânsito restabelecido. Faltam quatro que já se encontravam sem acesso, anteriormente, e estavam incluídas no cronograma de atividades de reformas efetuado pelo Departamento. O cronograma, no entanto, teve de ser alterado em razão das prioridades que se apresentaram, como outras pontes danificadas pela ocorrência das volumosas precipitações.


Controle
Os administradores distritais, à medida que a água dos arroios foi baixando e oferecendo possibilidade de avaliação, repassavam a situação frequentemente ao Departamento de Pontes sobre as condições das travessias, sendo que foram realizadas vistorias técnicas, com a presença do engenheiro chefe, Antônio Vianna, e, em algumas vezes, com a presença do vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz (PSDB).

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Prefeitura de Pelotas disponibiliza nova plataforma para as demandas de trânsito Anterior

Prefeitura de Pelotas disponibiliza nova plataforma para as demandas de trânsito

Hospitais filantrópicos de Pelotas preveem fechamento de leitos ainda este mês Próximo

Hospitais filantrópicos de Pelotas preveem fechamento de leitos ainda este mês

Deixe seu comentário